Sim, o bebê mama quando precisa mamar e fica no peito o quanto precisa ficar. E tudo isso tem um sentido muito importante programado pela natureza.
Tanto no aspecto de desenvolvimento físico quanto psicológico.
No lado físico o bebê precisa mamar o quanto quiser, pois a composição do leite da mãe, é produzido e sugado conforme a necessidade do lactante.
O leite do início da mamada é mais rico em água e hidrata o nenê. Por isso o bebezinho que somente mama no peito não necessita tomar água, nem chá nos primeiros meses de vida. Já o leite posterior (mais para o final da mamada) é mais rico em gordura e se destina a saciar de fato a fome da criança e para que ela ganhe peso. Quanto tempo leva da passagem de um leite para o outro é completamente individual, depende de vários fatores, inclusive da alimentação da mãe e do quanto aquela criança tem de fome e sede naquele dia. Por isso mamar não deve ter tempo estipulado pelo adulto.
A saúde do seu filho está em suas mãos. Raras são as mães que não conseguem amamentar – muitas são as mães que não tem orientação adequada durante a lactação e muitas são as mães que não podem amamentar por problemas e traumas psicológicos da sua infância!
A hora da mamada é o momento mais forte de construção de vínculo afetivo da mãe e do bebê. Ali une-se o aconchego, o calor do colinho, o cheiro da mãe e do leite (alimento), o som e o pulsar das batidas do coração tão já conhecidas do bebê, a comunicação pelo olhar, o toque do corpo.
E não, o bebê não faz seu peito de bico, chupeta, às vezes ele precisa desse calor, dessa aproximação, ou de uma pausa para continuar a sugar ou às vezes simplesmente da segurança que o seu acercamento proporciona.
Momento de afetividade, de cuidado e de confiança que constrói e fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho.
Emmi Pikler tem como um dos momentos mais importantes de construção de afeto, cuidado e confiança entre mãe e filho. Cuidado emocional e físico. Essa base emocional juntamente com um desenvolvimento físico optimizado é a sustentação de uma aprendizagem de qualidade.
Um grande psiquiatra, psicanalista e pesquisador chamado John Bowlby e sua parceira, psicóloga Mary Ainsworth, desenvolveram um grande estudo nas décadas entre 60 e 80, chamado “Teoria do Apego”.
Nesses anos de pesquisas e experiências com mães e bebês, eles concluíram que a qualidade da construção do vínculo afetivo entre bebê e quem o cuida intensamente no seu primeiro ano de vida, é tão importante que suas consequencias podem acompanhar a criança por uma vida inteira!
Esses estudos nos mostram que há uma relação muito forte entre o tipo de relação afetiva construída nesses primeiros tempos de vida e o comportamento do adulto e suas relações afetivas na família, de amizade e até amorosas.
“Ah antigamente não era assim e tornaram-se adultos, conseguiram crescer da mesma forma”
Ah Sim? Mas quantas crianças não desenvolveram seu cérebro como poderiam, quantos adultos precisam de uma vida inteira de terapia por não conseguirem sentir-se bem em relações afetivas, quantos adultos não conseguem desenvolver e por em práticas seus talentos sem explicação lógica…
Para problemas ou dificuldades na amamentação , procure um especialista, doula, enfermeira, médica que possa orientá-la. Acredite: a amamentação é possível na maioria dos casos – basta ter paciência, orientação e ter conhecimento de todos os seus benefícios.
Simone Clemens – Pedagoga montessoriana e Especialista no tema Talento/Superdotação e Altas Habilidades, Fundadora da EducarSi – Alemanha
Fontes: La leche Liga, AFS Stillen, Pikler Emmi: friedlicher Babys – zufriedene Mütter; Pädagogische Ansätze, Bowlby J, Ainsworth Mary: Bindung und Menschliche Entwicklung